terça-feira, 5 de julho de 2016

MINHA VALSA

Eu também já tive,

"Um vestido decotado cheirando
a guardado de tanto esperar"

Mas aquele  que deveria
A Valsinha comigo dançar,
Preferiu outras danças,
Em outras andanças buscar,
E na solidão entendi,
Que não vale a pena esperar,
Agora escolho a música,
Com quem
E a hora de dançar...
E meu vestido decotado nunca mais cheirou a guardado.
Ele não foi feito pra esperar... 

Lucia

segunda-feira, 16 de maio de 2016

PRETO E BRANCO

Perdi meus lápis de cor
E agora não sei como
Colorir esse rascunho descolorido,
Que tem sido os meus dias.
Se alguém encontrar
Por favor devolva.
Os meus lápis
São fáceis de identificar:
Tem um amarelo, para colorir por do sol,
Um verde, para rabiscar a esperança,
Um branco, representando a paz tão escassa,
Um cinza, para o momento que logo passa
Um azul, para dar aos dias a cor do céu,
O marrom, que não quero de volta não,
O vermelho, lembra os arroubos do coração,
Este perdi a muito tempo, em outra ocasião.
São cores bem reduzidas,
Mas alegram a  minha vida.
Se encontrar, não tarde em devolver.
E eu, onde estarei?
Procure-me nos jardins, nas montanhas,
na beira dos rio, ou ainda,
Em lugares que ninguém pensava que eu ia,
Naqueles locais ensolarados, onde mora a poesia.

Lúcia

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

FUGA


Estive um tempo
De comportas fechadas.
As palavras insistindo em sair,
Foram ficando represadas.
Agora insistem,
Gritam,
Incomodam,
Batem na porta
E por fim,
Arrebentam as comportas,
Saem apressadas,
Arrebatadas,
Desgovernadas,
Mal comportadas,
Aflitas,
Desordenadas.


Lúcia