terça-feira, 13 de agosto de 2013
ASA QUEBRADA
A vida revoa
Como pássaros rápidos
Sobre nossas cabeças
E a saudade,
Como pássaro sem ninho,
Escorrega lenta
Dentro do coração.
A vida, pássaros
Em revoada.
A saudade
Pássaro de asa quebrada,
Sem alento, sem casa!
Lúcia
sábado, 3 de agosto de 2013
MUDANÇAS
Descompasso
Desafino
Desatino
Desconecto
Deliro
Desanimo
Refaço
Afino
Reequilibro
Animo
Desfaço o passo a passo
Anulo o descompasso
Melodio
Desabrocho
E,
Desembesto a ser feliz.....
Lúcia
segunda-feira, 22 de julho de 2013
LINHA DA VIDA
Na linha da vida
Solto
Recolho
Rebobino
Caio
Desalinho
Desafio
Levanto
Junto fios
Amo
Desamo
Desfio
Aprendo
Emendo
Reaprendo
Remendo
Realinho
E continuo
Solto linha
Corto linha
Dou linha
E deixo voar....
Lúcia
quarta-feira, 3 de julho de 2013
LIBERDADE
Vai voando passarinho,
Vai passando
Passeando
Livre,
Sem destino.
Eu ando presa,
Presa pela vida,
Mas meu pensamento,
Voa, vagueia
E te acompanha!
Lúcia
quarta-feira, 19 de junho de 2013
VOANDO
Preciso bater asas,
Aventurar,
Sair de casa
Somente,
Simplesmente.
Sem rumo,
Sem prisão,
Sem solidão,
Sem busca de solução.
Chega de refúgio.
Parei de vagar,
Vou voar
Na imensidão do tempo.
Só voar,
Sem pensar,
Voar e apreciar,
A mudança,
O tempo,
A andança,
O vento....
Lúcia
sábado, 25 de maio de 2013
SEGUNDA FEIRA
É segunda feira
A manhã está fria,
Queria ficar em casa,
Tomando chá,
Lendo poesia.
Mas existe algo além.
Existe a vida,
A lida,
Existe a luta,
A labuta
E essa busca sem fim,
Essa espera desiludida
E a manhã,
Para complicar,
Está tão fria,
Quanto a vida.
Lúcia
A manhã está fria,
Queria ficar em casa,
Tomando chá,
Lendo poesia.
Mas existe algo além.
Existe a vida,
A lida,
Existe a luta,
A labuta
E essa busca sem fim,
Essa espera desiludida
E a manhã,
Para complicar,
Está tão fria,
Quanto a vida.
Lúcia
VIDA OU MORTE
Olhei lá embaixo,
Assentei no parapeito da janela,
Poderia terminar tanta coisa,
Poderia ser o fim.
Repensei.
A vida olhei,
Voltei a pensar.
Pulei pra dentro,
Dentro da sala,
Dentro de mim,
Tanta coisa boa pra chegar.
Resolvi recomeçar.....
Lúcia
LABIRINTOS
Hoje lembrei-me de Ariadne,
Presa, perdida, apavorada,
Nos labirintos do Minotauro.
Essa lenda sempre me trazia angústia,
Nunca gostei de situações sem saída.
Faz tanto tempo,
Há muito não me lembrava.
Lembrei hoje,
Quando andava pela rua,
Livre em meus passos,
Mas presa
Nos meus labirintos solitários.....
Lúcia
quarta-feira, 1 de maio de 2013
TEMPO
Lá vai o tempo
Lépido, fagueiro
E por essência,
Passageiro.
Lá vai o tempo
Levando todos
Seus passageiros,
Levando os bons momentos,
Demorando nos entreveros.
Lá vai o tempo
Trazendo,
Levando,
Começando,
Acabando.
E ele vai passando
Lépido e fagueiro,
Brincalhão, galhofeiro.
Tempo, tempo,
Tempo traiçoeiro.....
Lúcia
domingo, 28 de abril de 2013
FASES
A lua estava pela metade,
Era fase.
Iguais a ela estavam
Minha vida,
Meus sonhos,
Minha ilusão
E meu coração.
Será que existe
Fase para a emoção?
Ou será que esta
Se chama solidão.....
Lúcia
sábado, 27 de abril de 2013
NOITE
E de repente,
Cai a noite,
Noite no tempo,
Noite na alma.
Noite traz medo,
Noite traz calma,
Traz solidão,
Abrindo as portas
E revelando,
Os guardados do coração.
Lúcia
"LET IT BE"
Já se passou muito tempo desde a minha primeira desilusão.
Eu ouvia à época Let it be.
Hoje ainda ouço esta canção,
Ela é eterna,
Pior que as desilusões também,
Mas, let it be.....
Lúcia
DEMOLIÇÃO
Demolir uma casa
É sob escombros
Esconder momentos,
É soterrar
O sorriso da noiva,
O choro da criança,
O desespero da viúva
A algazarra dos netos,
A solidão,
O contentamento,
Os melhores momentos,
Todo sentimento,
O tempo.
É sem consentimento
E sem retorno,
Soterrar tudo em torno....
Lúcia
SIMULACRO
Minha vida se assemelha
A uma sessão circense,
No picadeiro,
Um falso espetáculo,
Em cada artista um cansaço,
Tudo parece grandioso,
Mas na realidade
É mambembe
É rançoso.
O espetáculo continua,
Resiste e se apresenta,
Dia após dia.
No palco um sorriso,
Uma pseudo alegria
E nos bastidores
Essa melancolia,
Essa repetição,
Essa espera,
Essa apatia....
Lúcia
CRIANÇA GRANDE
Já fui menina de tranças,
Brinquei com todas bonecas,
Fiz bagunça, fui sapeca.
Já sonhei todos os sonhos,
Carreguei toda esperança,
Mas já se foram as tranças,
As bonecas, os sonhos
E a esperança.
Tudo agora é só lembrança,
Guardada naquela caixa,
Lá bem longe, lá no fundo,
São coisas de um outro mundo,
De alegria, de beleza, de infância,
Que não cabem neste mundo,
De gente grande covarde,
Vestida de armadura,
Correndo até a loucura
Na busca do ter sem ser,
Sem saber que o que mais vale
É ir na caixa, no fundo,
Retomar a ilusão,
Para ser criança grande
E falar com o coração.....
Lúcia
Brinquei com todas bonecas,
Fiz bagunça, fui sapeca.
Já sonhei todos os sonhos,
Carreguei toda esperança,
Mas já se foram as tranças,
As bonecas, os sonhos
E a esperança.
Tudo agora é só lembrança,
Guardada naquela caixa,
Lá bem longe, lá no fundo,
São coisas de um outro mundo,
De alegria, de beleza, de infância,
Que não cabem neste mundo,
De gente grande covarde,
Vestida de armadura,
Correndo até a loucura
Na busca do ter sem ser,
Sem saber que o que mais vale
É ir na caixa, no fundo,
Retomar a ilusão,
Para ser criança grande
E falar com o coração.....
Lúcia
COLAGEM
Olhei minha vida,
De tudo que era inteiro
Só encontrei metades, pedaços,
Retalhos, molambos, frangalhos.
Mais nada havia a fazer.
Aí, busquei a coragem
E fiz com tudo esta colagem,
Que ainda caminha,
Ainda cozinha,
Ainda respira,
Ainda aspira,
Ainda espera,
Ainda supera
E apesar de ser um amontoado
De pedaços emendados,
Ainda enxerga um outro lado,
Dá um basta pro passado,
Sorrí,
Passa verniz no que foi consertado,
Olha pro futuro,
Tudo parece arrumado,
Mas olhando lá no fundo,
Vê que no coração ainda resta,
Embora bem disfarçado,
Uma fenda, um trincado, uma fresta.....
Lúcia
De tudo que era inteiro
Só encontrei metades, pedaços,
Retalhos, molambos, frangalhos.
Mais nada havia a fazer.
Aí, busquei a coragem
E fiz com tudo esta colagem,
Que ainda caminha,
Ainda cozinha,
Ainda respira,
Ainda aspira,
Ainda espera,
Ainda supera
E apesar de ser um amontoado
De pedaços emendados,
Ainda enxerga um outro lado,
Dá um basta pro passado,
Sorrí,
Passa verniz no que foi consertado,
Olha pro futuro,
Tudo parece arrumado,
Mas olhando lá no fundo,
Vê que no coração ainda resta,
Embora bem disfarçado,
Uma fenda, um trincado, uma fresta.....
Lúcia
CICLOS
Menino da roça,
De pé no chão,
Cara lambuzada de manga,
Mexerica enredeira na mão.
Cabeça repleta de sonhos,
Olhos cheios de ilusão.
Homem da roça,
Os pés continuam no chão,
Cara suja de terra,
Enxada e calos nas mãos,
Cabeça cheia de problemas,
Olhar perdido na imensidão.
Velho da roça,
Pés grossos no chão,
Cara enrugada,
Mãos vazias,
Cabeça branca,
Problemas sem solução,
Olhar distante,
Só desilusão.
Lúcia
De pé no chão,
Cara lambuzada de manga,
Mexerica enredeira na mão.
Cabeça repleta de sonhos,
Olhos cheios de ilusão.
Homem da roça,
Os pés continuam no chão,
Cara suja de terra,
Enxada e calos nas mãos,
Cabeça cheia de problemas,
Olhar perdido na imensidão.
Velho da roça,
Pés grossos no chão,
Cara enrugada,
Mãos vazias,
Cabeça branca,
Problemas sem solução,
Olhar distante,
Só desilusão.
Lúcia
sábado, 6 de abril de 2013
CHAMEGO
Vem aqui,
Quero seu braço,
Um abraço,
Um chamego,
Um aconchego.
Vem aqui,
Me dê a mão,
Me encoste no coração,
Se enrosque no meu cabelo,
Lambuze no meu batom.
Esquece a lida.
Esquece a vida.
Esquece o tempo.
Curte,
O tempo é curto.
Envolve no sentimento,
Deixe aflorar a emoção.
A vida não é mais que isto.
A vida é só um momento.
A vida não tem razão!
Lúcia
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
SONHO DE VALSA - A VALSA DO TEMPO....
Parou a chuva, ainda sinto o
cheiro de terra molhada e os primeiros raios de sol.
O sol aparecia devagar, seus
raios, tímidos, sorrateiros,como se fosse difícil chegar depois de tanto tempo escondido.
A calçada em volta da casa, já
quase seca, tinha ainda um pouco de
umidade, mas capaz o bastante para se
transformar em cenário para um sonho de menina. Nela espalho os papéis rosa
choque, que envolvem o bombom Sonho de Valsa, eles sempre foram iguais aos de
hoje, guardados, juntados com muito carinho e cuidado. Espalho e sonho.
Há! Aquela cor!
Os desenhos!
O nome!
E a minha cabecinha de menina, já
se achando quase moça, se punha a voar, a devanear, a dançar, percorre salões,
salões nunca visitados, mas muito imaginados, eram complementos de todos os salões vistos e admirados nas
revistas “O Cruzeiro” e outras do gênero.
O casal estampado no papel do
bombom está percorrendo o salão, o vestido dela era daqueles admirados nas
folhas dos figurinos ou quem sabe da estória da Cinderela e os sapatos, Luiz
XV, é claro, tudo tão distante da realidade vivida. Mas que importancia tinha
se a menina usava vestido de um estampado simples, bem comum e se no pé usava
uma conga azul e se o cenário daquele momento estava tão distante dos grandes
salões, como um polo do outro.
A única coisa a se levar em conta
era que aqueles papéis de cores berrantes para a época, traziam sempre duas
alegrias, a de saborear o chocolate(unica coisa que ainda mantém o mesmo gosto
de infancia) e a de, admirando-os poder
transferir-se para um mundo onde tudo era possível, tudo era lindo
especial, um mundo completo, completo de sonho, de sonho de valsa.
A menina que fui, caiu na valsa
do tempo, cresceu, aprendeu, amadureceu e um dia deparou com os mesmos papéis,
só que agora em tamanho gigante, envolvendo deliciosos Ovos de Páscoa e ainda
os olhei com um certo carinho, com um certo apego ou quem sabe um agradecimento
pelas boas lembranças. Mas tudo foi modificado, hoje os papéis tem o tamanho do
meu sonho de infancia, mas minha capacidade de sonhar foi reduzida a miniatura.
Como eu gostaria de driblar a valsa do tempo e por um momento, ter de novo o
sonho, o sonho que vinha com o sonho de valsa.
Lúcia.
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